Portas fechadas
Janelas trancadas
Passos de algodão
Batidas na porta...
Quem bate? Pergunto eu.
Sem entender direito,
se bate mais aqui dentro ou do lado de fora.
Fico atônita!
Talvez ele desista e vá embora.
Coração bate...
Espia um pouquinho, diz ele.
Abre em silêncio e devagarinho,
Apenas uma das tuas janelas.
Curiosa não me contenho
E logo abro uma fresta.
E distraída que sou,
quando percebo
já esbarrou em mim e entrou.
Entendi agora
aquela velha história
de que ele prefere os distraídos.
Que porta que nada!
Uma janela já basta
Pra virar logo
um caso perdido.
Sheila Kolberg
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