Quando a vida fica doida
E tanta coisa perde o sentido.
Quando perdemos a direção
E nos desencontramos dos nossos sonhos.
Quando transbordamos de sentir e optamos em esvaziar-nos por dentro pra sentir um pouco menos.
Quando a dor ultrapassa nossas forças...
Anestesiamo-nos pra poder seguir em frente.
Procuramos um lugar seguro pra ficar...
Entramos pra dentro de nós.
Entramos na concha, no casulo, na toca, no fundo da garrafa...
Até nos depararmos com o fundo do poço.
Parece mais seguro de primeiro momento.
Já que lá normalmente ficamos sozinhos.
E a solidão costuma ser bem mais acolhedora que o mundo lá fora.
E assim vamos afastando qualquer possibilidade de dor.
Anestesiados.
Sheila Kolberg