Chega de repente
Entra, invade tudo... toma conta
Revira gavetas e sentimentos,
Coloca pra fora paixões antigas ...
E tristezas que a tempo ficavam guardadas
num cantinho do quarto.
Meche na decoração,
Tira os tons de rosa pálido, que estávamos tão acostumados...
E pinta de vermelho nossa vida.
Troca a luz suave do abajur, por uma luminária gigante...
Nos obrigando a enxergar tudo aquilo que estava oculto.
Pendura espelhos em todos os cômodos...
E nós, sem possibilidade de fuga,
temos que encarar nossos medos de frente.
Sem receio algum, abre todas as janelas e portas,
Permitindo a entrada de momentos, que deixamos lá fora...
Inocentes, acreditamos que isso seria suficiente
para superar a dor e seguirmos em frente.
Pura ilusão...
Um deslize e lá vem elas, com suas bagagens imensas
Malditas ou amadas?
Incontroladas... lembranças.
Sheila Kolberg
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