Sheila Kolberg

Sonho um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Mário Quintana

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Filhos

Quando vejo alguém perder um filho sinto que me dói a alma. Tento por um instante imaginar o tamanho da dor dessa mãe ou desse pai. Mas ao mesmo tempo sei que é algo impossível de sentir sem antes ter passado por isso. 
Não quero passar! Não quero se quer pensar nessa dor.  Nesse rasgo irremediável que daria no meu coração.
Minha mãe perdeu uma filha com seis meses de vida. E eu ainda lembro da expressão de tristeza nos olhos dela sempre que tocava no assunto. Não teve uma única vez que eu não tenho visto ela com os olhos marejados de lágrimas. 
Um filho deveria ser eterno! 
Ele não poderia ir embora antes de nós. 
Ele não poderia ir embora sem antes ter vivido tudo que deveria e merecia viver. 
Queremos ver eles aprontando na adolescência,  sendo responsáveis na vida adulta,  casando,  tendo filhos (ou não se for essa a escolha) e envelhecendo bem devagar perto de nós. 
Queremos passar a vida tendo alguém com quem nos preocupar, alguém pra esperar, pra lembrar de levar o casaco.  Alguém pra amar com toda a força que cabe dentro de nós.  Amar incondicionalmente. Um filho é um  pedaço da gente! E se ele se vai ...
Perdemos esse pedaço pra sempre. 
Peço a Deus que eu possa ver ao meu redor todos eles antes de fechar meus olhos pela última vez. 
E que ainda de longe possa continuar os abençoando e protegendo. 

Sheila Kolberg 
@poesiaseoutraspaixoes

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