Sheila Kolberg

Sonho um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Mário Quintana

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Visita inconveniente



Não conheci ninguém que fosse tão cruel como ela...
Nem tão Inconveniente.
Entra em nossa casa sem ser convidada e quando percebemos
Já está ao nosso lado na cama.

Arranca de nós o que temos de mais precioso,
Sem perguntar se dói. Sem anestesia.
Depois disso nos rouba o chão, o céu e o ar.

Covardemente sai pela porta dos fundos,
Levando consigo um pedaço de nós.
Sem permissão, sem um pingo de dó ou remorso.

Por um momento, horas, dias ...
Sentimos como se junto, tivéssemos ido também.
Procuramos em cada cômodo da casa, 
Nosso coração, nosso sorriso, nossa alegria...
Em vão! 

Ao invés disso, encontramos perguntas...
Por que?  Como?  O que fizemos? E agora?
Como aprender a viver sem alguém que era nossa vida?
São perguntas que jamais se calam,  machucam...
Fazem sofrer.

É uma cicatriz que fica pra sempre, não tem como tirar
do coração.
O Tempo ameniza um pouco, mas não cura.
E talvez, a esperança de um dia nos encontrarmos,
Seja ó único remédio pra  tocar a vida pra frente.

Sheila Kolberg


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