Sheila Kolberg

Sonho um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Mário Quintana

terça-feira, 6 de maio de 2014

Invasores


Eles já foram bem maiores ...
Mas por incrível que pareça,  hoje tão pequenos, 
Invadem e ocupam muito mais espaço.
Também eram mais pesados e a beleza não era seu ponto forte.
Agora mesmo leves e lindos, tornaram-se um incômodo gigante.
Indiscrição virou seu nome.
Não respeitam nenhum ambiente...
Estão na mesa de jantar, na sala, entre as visitas que acabaram de chegar. 
Naquela reunião de família, na cama, no trabalho, em todo e qualquer lugar.
Interrompem um encontro, um abraço, um beijo, uma frase que termina sem sentido.
Um momento importante, uma troca de olhar.
Se duvidar...
Lá estão eles juntos no banho de chuveiro e até no mar.   
Parece mesmo uma grande peste que chegou pra ficar.
Será maldito ou bendito celular?!
Pior quando ele ainda se junta com face, instagran, whatsapp, twitter ...
Aplicativos pra lá e pra cá.
Todo mundo sabe de tudo e faz de tudo todo tempo.
Ou profundamente não sabem de nada e intensamente talvez nada fazem em nenhum momento.
O que é mais saboroso, comer um prato divino ou compartilhar?
Aproveitar, degustar, amar, deslumbrar ou fotografar? 
Eis a questão!
O mais difícil de tudo é ter que competir a atenção com esse objeto insensível e inoportuno.
E ainda ficar se perguntando...
Quem é mais culpado. Ele ou quem o comanda? 
Mas afinal...
Quem está no comando mesmo?! 
Maldito celular! 
Bom mesmo era quando sua utilidade era só pra falar. 

Sheila Kolberg
  




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