Admiro profundamente aquelas pessoas que conseguem
encarar a morte apenas como uma
passagem...
Quem compreende que estamos aqui para cumprir uma missão
que nos foi dada e assim que a concluirmos podemos ir embora.
Admiro quem consegue manter-se sereno e seguro diante de
uma perda...
Quem não sofre desesperadamente ao perceber que não
poderá ver e tocar mais uma vez, alguém que tanto amava.
Admiro aqueles seres evoluídos que não sofrem e não se
sentem impotentes diante da morte.
Queria ter a visão iluminada daquelas pessoas que
conseguem focar-se num futuro distante e incerto,
ao invés de manter-se
preso ao desejo de viver tudo que é possível aqui e neste momento...
Aqui e nesta vida...
Aqui e agora.
Ainda tenho enraizado dentro de mim a utopia da
eternidade...
Ainda tenho o
desejo de que mãe e pai fossem eternos...
Que filhos jamais morressem antes de seus pais...
Que irmãos permanecessem de mãos dadas e brincando
conosco até o final de nossas vidas...
Que avós continuassem com seus cabelos brancos, nos
contando histórias, enquanto tivessem
doces e carinho para nos dar...
Que amigos nunca
fossem para algum lugar que não pudéssemos ir juntos...
Que em reuniões de família nunca
sobrasse nenhum lugar na mesa...
E que nosso grande amor fosse forte o bastante para superar até mesmo ela... A morte.
Por mais que eu acredite existir uma outra vida e que
aqueles que eu amo possam estar numa dimensão melhor do que aqui.
Ainda assim o desejo de tê-los ao meu lado é muito
maior.
A vontade de sentir o abraço apertado, ouvir as risadas, conversar sem hora pra terminar, olhar o brilho dos olhos, sentir o cheiro, o
toque das mãos...
O desejo de estar
junto é maior que tudo e meu coração ainda teima que o
melhor lugar para se viver, só pode ser pertinho de quem se ama.
Sheila Kolberg
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