As vezes sinto ela pertinho de mim...
Quase dividindo a mesma cama.
Posso sentir a presença e o cheiro dela quase saindo pelos poros.
As vezes ouço ela bater apressadamente na porta...
Como se não pudesse perder nenhum instante.
Entra sem pedir licença e me abraça demoradamente.
Tantas vezes pude senti-la parte de mim...
E no minuto seguinte, escorrega sorrateira por entre meus dedos.
Por tantas e tantas idas e vindas já não sei mais se a quero por perto.
Gosto de sentir-me segura!
E ela parece ter prazer na inconstância.
Já não sei se posso chamar de amiga ou inimiga...
Ela é absurdamente contraditória.
De nada adianta correr atrás dela.
Ela é como uma borboleta...
Só pousa em mim quando quer.
Sheila Kolberg