Sheila Kolberg

Sonho um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Mário Quintana

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Mulherão

Maria era linda!
Mas ela sempre reclamava que estava acima do peso ideal. Enquanto sua amiga Joana olhava no espelho se achando magra demais.
Carol tinha curvas perfeitas mas implicava com seu olhar. Achava que tinha algo errado com seus olhos. Roberta amava seus olhos porém achava seu corpo sem graça. E ambas sofriam todos os dias por isso. 
Elis era pequena e delicada. Regina era alta e meio bruta.  Eu achava as duas perfeitas! 
Elas desejavam ser diferentes. 
Bruna reclamava que tinha peitos grandes e Silvia pensava que se os dela fossem um pouco maiores aí sim seriam bonitos de verdade. E enquanto isso Ana só pedia a Deus para ser curada do câncer. Ela aceitaria viver sem peitos.
Rosa tinha o sorriso mais bonito que conheci.  
Pena que ela acabou perdendo ele para o botox. 
Lucia tinha uma alma iluminada, um coração puro e era muito inteligente. Mas se achava feia e imperfeita.  Eu sempre achei ela linda! 
Gostava das sardas que ela exibia no rosto e seu cabelo desalinhado.  
Paula se recusava a envelhecer. Não queria sinais ou marcas do tempo que mostrassem sua maturidade. 
Eu achei minha mãe linda até o final da vida dela. Não tiraria nenhum sinal do tempo pois ali existia uma história linda que ela construiu. 
O espelho talvez seja nosso eterno inimigo...
Independente da beleza que carregamos. 
Eu só desejo que cada uma de nós aprenda com tempo o quanto somos lindas sendo exatamente do jeitinho que nascemos. Que as diferenças é o que nos faz únicas e que não precisamos seguir nenhum padrão. 
Somos grandes demais pra isso!

Sheila Kolberg 

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