Sheila Kolberg

Sonho um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Mário Quintana

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Estímulo



É incrível como somos dependentes de estímulos.
E como não ser?!
Mal abrimos os olhos e lá vem o médico nos fazer chorar e acordar pra vida.
Sem falar na quantidade de afagos e conversas que já recebemos antes disso.
Vamos crescendo devagar...
Enquanto eles, os estímulos, multiplicam-se rapidamente.
Enquanto criança, tudo é festa! Ou melhor, tudo é estímulo.
E fica quase impossível não sermos felizes.
Tudo é novo e temos uma imensidão de coisas pra conhecer, tocar, descobrir e inventar.
Cada instante é uma descoberta diferente...
Uma música, um jogo, uma dança, um brinquedo incrível.
Um amigo extraordinário!
E nós valentes e invencíveis que somos, aproveitamos tudo ao máximo.
O medo aparece só quando ficamos no escuro do quarto acompanhados do travesseiro. 
Depois disso a gente cresce. Mas continua buscando estímulos pra ter certeza que a nossa vida não esta passando inutilmente.
Queremos um trabalho que nos desafie a dar o melhor que temos.
Queremos um novo amor todos os dias, mesmo que a gente não troque de amor nunca. 
Queremos viver paixões avassaladoras e excitantes.
Queremos sonhos grandes e difíceis, pois os fáceis esquecemos  rapidamente. 
Queremos uma vida intensa e com estímulos incessantes.
No lugar dos monstros da infância, aparece a rotina, as coisas banais, o imutável.
Acordamos e dormimos brigando  com nossos  monstrinhos diários. Não queremos muito...
Apenas continuar com aquela sensação de que alguma coisa diferente  vai acontecer antes que termine o dia. 

Sheila Kolberg



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