Sheila Kolberg

Sonho um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Mário Quintana

domingo, 30 de março de 2014

Abril

Queria que ele chegasse despercebido e fosse apenas o quarto mês do calendário.
Poderia recebê-lo recordando suas românticas paisagens...
Sempre pintadas delicadamente com folhas amareladas cobrindo o chão.
Gostaria que ele trouxesse consigo alegria e que pudesse ser sinônimo de vida ou recomeço.
A sensação de vazio deveria ficar por conta das árvores, que humildemente entregam suas folhas para colorir mais uma estação. 
Ainda assim, não haveria razão para tristeza...
Pois elas sempre retornam renovadas e ainda mais belas e fortes.
Deveria ser um mês como outro qualquer... 
Mas não é.
Quando ele chega, vem sempre a lembrança do quanto somos frágeis diante da vida...
O tempo é tão breve.
E pode acabar rapidamente,  num piscar de olhos ou talvez num suspiro.
Ainda assim, o tempo...
As vezes também consegue ser mais longo do que gostaríamos que fosse.
E que pode perder o sentido, quando tudo deixa de fazer sentido para o coração.
Uma tristeza gigante, embrulhada em saudade, invade nossa alma...
Quando percebemos que nem mesmo a primavera, tão cheia de vida
Conseguirá trazer de volta as nossas amadas flores...
Aquelas que o outono sem dó, roubou do nosso jardim.  

Sheila Kolberg


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